Estudantes secundaristas de escolas públicas dos municípios que compõem a Região do Sertão Central participam nessa quarta-feira, 10, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Câmpus Angicos, do V Seminário Inovação na Engenharia Civil. A proposta é sensibilizar estudantes do sexo feminino para o ingresso no curso de Engenharia Civil. A abertura hoje pela pela manhã, prosseguindo até o final da tarde, no Auditório do Centro de Convivência.
O Seminário, que traz o tema Mercado de trabalho para mulheres engenheiras civis, encerra as atividades do Projeto de Extensão Meninas do Semiárido na Engenharia, criado para divulgar o curso de engenharia para as estudantes. “É um projeto ficinanciado pelo CNPq, dentro do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, da Secretaria Nacional das Mulheres, que visa aumentar o contigente de mulheres nos cursos da área tecnológica”, explicou o coordenador do projeto, professor Aerson Barreto.

Professor Walter Martins, pró-reitor adjunto de Graduação, abre Seminário Inovação na Engenharia Civil
Ao abrir o Seminário, o pró-reitor de graduação adjunto, Walter Martins, elogiou a iniciativa de trazer para dentro da universidade as estudantes de ensino médio para conhecer a realidade do curso de engenharia civil da Ufersa. “É importante que a mulher ocupe os espaços que antes eram predominantemente ocupado pelos homens”, afirmou, acrescentando que muito já mudou e a tendência é para uma participação cada vez maio uma vez que 60% dos jovens que concluiem o ensino médio é mulher.
“Em 88, quando entrei na USP, dos 600 estudantes ingressantes, as mulheres eram uma pequena minoria. Hoje, o quadro é bem diferente”, exemplificou o professor Walter Martins que alertou também as participantes do Seminário para a qualidade dos cursos oferecidos pela Ufersa – Ciência e Tecnologia e Engenharia Civil. “Temos cursos de boa qualidade o que exige maior compromisso da instituição, dos professores e dos estudantes”, frisou.
MERCADO DE TRABALHO – Na Ufersa Angicos dos dos 64 estudantes de Engenharia Civil, 26 são do sexo feminino, o que corresponde a um percentual de 42%. “Estamos acima da média nacional que é de 32%”, informou a professora Marcilene Nóbrega. Dados do INEP/MEC, de 2011, mostram que o número de mulheres cursando engenharia cresceu 67,8%, em 20 anos, enquanto, o número de homens matriculados cresceu apenas 38,7%.
Outro dado é que as construtoras ligadas ao setor habitacional têm privilegiado contratações de mulheres sob a alegação de que elas obtém resultados mais precisos. Os dados foram apresentados na mesa redonda com a participação das professoras do curso de engenharia civil da Ufersa Angicos Marcilene Nóbrega, Andrezza Kelly, Isabelle Yruska, Núbia Alves e Andrea Saraiva que relataram suas experiências no campo profissional.
EXEMPLO – Para incentivas as estudantes secundaristas, uma das palestrantes foi a engenheira civil, Paula Fracinete Cavalcante Ribeiro, nativa de Angicos e formada na primeira turma da Ufersa Angicos. Paula Ribeiro falou da sua trajetória pessoal e escolar, culminado pela escolha do curso de Engenharia Cilvil. “Fiz parte do processo construtivo da Ufersa Angicos que possui um quadro de professores de excelência”, afirmou. Paula aconselhou ainda que mesmo diante dos obstáculos as estudantes não desistam dos sonhos, pois dificuldades sempre vão existir mesmo com o ingresso na Universidade. “Independente de qual seja a dificuldade, precisamos vencer”, pontuou.
“Fiz parte do processo construtivo da Ufersa Angicos que possui um quadro de professores de excelência”
No campo profissional, Paula Francinete afirmou ainda existir preconceito com a presença da mulher na área das engenharias, mas reconhece que atualmente é bem menor. “Na empresa que trabalho somos 10 engenheiras civis e percebemos que a mulher tem conquistado destaque na sua atuação profissional. Ela atua na ATP Engenharia, empresa que presta serviço ao DNIT, atuando como fiscal de estrada e pavimentação.
Para as estudantes, além da oportunidade de conhecer um ambiente universitário, o Seminário abre novas perspectivas para a escolha do futuro profissional. “Bom encentivo para nós que estamos nos preparando para ingressar na universidade”, afirmou a estudante de Assu, Eduarda Gabriele Ferreira de Araújo. Maria Erica da Silva, moradora de um sítio na zona rural de Santana do Matos, também elogiou a iniciativa. “Pretendo cursar engenharia civil e não vou desistir desse meu sonho”, afirmou a estudante que fez o Enem e pretende ingressar na Ufersa. Já Aniely Leilane Praxedes, também de Assu, considerou nova a experiência. “Muito bacana a Ufersa, espaço amplo e agradável”, frisou, adiantando que o Seminário serviu também para conhecer melhor a participação da mulher na área tecnológica.
À tarde, a partir das 14 horas, o Seminário Inovação na Engenharia Civil terá prosseguimento com a palestra da engenheira, Fabíola Andrade, Coordenadora de Obras do Empreendimento Golf Ville da Construtura Colmeia de Fortaleza/CE e, da engenheira, Liana Claudia Fujita de Carvalho Rocha, Vice-presidente e Diretora Técnica da Fuijta Engenharia, de Fortaleza/CE.